Difícil
não ficar intrigada com uma cidade que se divide entre dois continentes (Europa
e Ásia), onde mulheres de mini-saia e roupas decotadas dividem as ruas com
mulheres cobertas da cabeça aos pés por burcas, e onde a religião muçulmana
exerce um papel importante no dia-a-dia dos cidadãos que se dirijem às inúmeras
mesquitas várias vezes por dia em horários pré-estabelecidos para rezar.
Istambul
é antiga e moderna, uma mistura de sabores e cheiros, tudo envolto em tecidos
coloridos e muitos, muitos tapetes.
Dizem
que o verão é muito quente e úmido e que às vezes neva no inverno, mas quando
estivemos lá em Dezembro, entre o Natal e o Ano
Novo os dias se alternavam entre cinza com uma chuvinha fina e outros
ensolarados e friozinho (até me lembrou o inverno de Porto Alegre ).
A
arquitetura das mesquitas, basílicas e palácios relembra o tempo em que a
cidade era a mais rica do mundo cristão. Mas essa riqueza ficou no passado e o
que se vê pelas ruas é um povo simples e muito simpático, que ao mesmo tempo
que parece querer fazer parte do mundo moderno, ainda está profundamente ligado
aos costumes e tradições.
A
Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia ficam de frente uma para a outra, separadas
pela praça Sultanahmet.
Antes
de visitar a Mesquita Azul é recomendável se informar sobre os horários de
oração, que duram uma hora cada, pois nesses períodos somente os muçulmanos
podem permanecer na mesquita. Os sapatos tem que ser tirados na entrada e podem
ser deixados em prateleiras ao lado da porta ou carregados em sacolas de
plástico distribuídas gratuitamente. As mulheres tem que cobrir a cabeça,
portanto se não quiser usar uma espécie de lenço de tecido de algodão azul que
já passou por várias outras cabeças sem ser lavado é bom carregar o seu próprio
lenço ou echarpe na bolsa. Essa amiga que vos escreve teve que usar o referido
lenço azul amarrado na cintura para parecer uma saia, pois mulher de calça
comprida não entra.
Mesquita Azul |
No interior da mesquita todo
o piso é coberto por um macio carpete vermelho estampado. Em horários de menos
movimento é possível sentar no tapete para ficar observando com calma os
vitrais e as pinturas no teto, onde a cor azul predomina. Mas se você optou por
carregar seus sapatos na sacola de plástico não esqueça que não pode largá-la
no tapete enquanto se delicia com a beleza do lugar (os funcionários da
mesquita estão sempre de olho para alertar os desavisados).
Do
outro lado da praça, a Basílica de Santa Sofia com seus belíssimos tons de
terracota e laranja é um museu com entrada paga. Encanta quando vista pelo lado
de fora, mas mais ainda por dentro. As enormes colunas ricamente trabalhadas,
os balcões, as pinturas e mosaicos nas paredes, os imensos lustres que quando
vistos do andar superior parecem flores
luminosas, os medalhões com inscrições...tudo e tão grande e majestoso que faz a
gente se sentir minúsculo.
Basílica de Santa Sofia |
Continuaremos
passeando por Istambul no próximo post…
Nenhum comentário:
Postar um comentário