segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Key West, Florida



Quando o inverno vem chegando aqui no hemisfério Norte os meus pensamentos começam a viajar para lugares mais quentes.

Key West na Flórida  é um dos meus lugares favoritos aqui nos USA; já estive lá duas vezes e com certeza retornarei muitas mais. É a mais famosa das ilhas que formam as chamadas “Florida Keys” e há vôos para lá partindo de vários aeroportos do país. Eu prefiro voar para Miami ou arredores, alugar um carro e dirijir passando por todas as ilhas menores e pela famosa “Seven Mile Bridge”, a ponte que se extende por sete milhas (em torno de 11 Km) sobre o mar e que aparece em vários filmes (entre eles as cenas finais do filme True Lies, com o Arnold Schwarzenegger). 
Seven Mile Bridge
 Na verdade, Key West é o ponto extremo Sul dos USA e fica mais perto de Cuba (144 Km) do que de Miami (256 Km).
Existem muitas pousadas e pequenos hotéis na ilha, para todos os gostos e todos os bolsos. Eu fiquei no Sheraton Suites Key West (muito bom), que fica em frente à Smathers Beach, literalmente é só atravessar a rua para chegar à praia.
Sheraton Suites Key West
Smathers Beach

Key West tem fama de ser um lugar bem liberal se comparado à outras cidades americanas. Nos anos 60 e 70 a cidade atraiu muitos hippies e grupos alternativos, o pessoal da geração “paz e amor”; uma boa parte desse pessoal continua vivendo por lá, dando a ilha um toque zen, relax. 

À noite é muito gostoso caminhar  pelo centrinho, que é lotado de bares, restaurantes e lojinhas, que se concentram principalmente nos arredores da Duval St. Mas antes a parada obrigatória é no Mallory Square, uma praça onde todo mundo se reúne para ver o sol se pôr no mar.    
O agito na hora do pôr-do-sol se concentra em Mallory Square 



Duval Street


sábado, 8 de dezembro de 2012

Praia dos Carneiros em Tamandaré, Pernambuco

A Igreja de São Benedito, na Praia dos Carneiros, foi construída no século XVIII e desde 1930 é preservada por uma das famílias da região.  É de uma simplicidade encantadora...








quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cinque Terre, Itália


As cinco cidadezinhas encantadoras que compõem a região chamada de “Cinque Terre”, na Riviera Italiana povoam o meu imaginário há muitos anos. Por enquanto tenho que me contentar em olhar as fotos tiradas pelos felizardos que ja visitaram a região, mas um dia eu vou conferir essas belezas de perto…

Corniglia

Manarola

Monterosso al Mare

Riomaggiore

Vernazza

Vários livros novos foram adicionados à pilha!


Há algumas semanas atrás eu reclamei que a minha pilha de livros esperando para serem lidos estava diminuindo e eu estava ficando agoniada…pois a situação já está se revertendo.

Minha irmã me mandou um exemplar do último livro da Martha Medeiros entitulado “Um Lugar na Janela: Relatos de Viagem”.  Parei tudo que eu estava lendo e devorei o livro em dois dias. Viajei com a Martha, me enxerguei em várias situações pelas quais ela passou, me deliciei com as narrativas como se estivesse conversando com uma amiga de muitos anos. Adorei!

Resolvi também dar uma chance à ficção, gênero que não costuma frequentar a minha pilha, e estou lendo “The Girl with the Dragon Tatoo (A Garota com a Tatuagem de Dragão)” do sueco Stieg Larsson, que já virou filme (que eu ainda não assisti). Se eu gostar desse vou engatar a trilogia completa: “The Girl who Played with Fire (A Garota que Brincava com Fogo)”, e “The Girl who Kicked the Hornet’s Nest (A Garota que Chutou o Vespeiro)”.

Empilhei também “The Bonfire of Vanities (A Fogueira das Vaidades) do americano Tom Wolfe. Esse foi escrito em 1987 mas por uma razão ou outra eu acabei nunca lendo. Ambição, racismo e classes sociais (os temas abordados no livro) permanecem atuais então acho que vai ser uma leitura interessante.

Agora com licença que meus livros me esperam…

A experiência única do banho turco

Na minha lista de coisas para fazer em Istambul havia um item do qual eu estava determinada a não abrir mão: o famoso banho turco.

Eu tinha pesquisado na Internet várias opções de “hamam”, que são uma mistura de sauna e casa de massagem (massagem mesmo, nada de “especial”), mas confesso que a idéia de tomar banho junto com outras mulheres que eu nem conheço não me agradava muito. A água do banho delas respingando em mim...sei lá não achei muito higiênico.

Mas como evitar a “coletividade” intrincada na tradição e ainda assim experimentar o banho turco? Quando descobri que o spa do nosso hotel oferecia o banho individual não pensei duas vezes e marquei a minha hora.

Depois de um longo dia de muita caminhada pelas ruas de Istambul eu desci para o spa e encontrei a moça que iria me dar o banho (muito estranho escrever isso). Eu não consegui entender o nome dela e depois de pedir para ela repetir duas vezes resolvi deixar por isso mesmo. Logo de cara ficou claro que ela nao falava inglês e eu não falava o idioma dela, mas através de gestos ela me indicou uma salinha onde eu deveria tirar a roupa, me enrolar numa espécie de canga de algodão e calçar um chinelinho.

Dai ela apontou para a sauna a vapor e com gestos me explicou que eu tinha que ficar lá dentro por meia hora. Talvez se eu tivesse alguém para conversar, me distrair eu até conseguisse aguentar meia hora, mas sozinha...tudo que eu conseguia era pensar que estava sufocando com o vapor. Não sei ao certo quanto tempo eu aguentei, mas como  não estava conseguindo respirar direito decidi dar um basta naquela tortura.

Os próximos passos foram uma sauna seca (dessa eu gostei) e alguns minutos de relaxamento com direito a um suco para me rehidratar. A partir dali a moça tomou coragem e começou a tentar se comunicar comigo. Foi cômico porque ela falava só umas palavras soltas em inglês mas tinha um caderninho com frases e palavras escritas à mão e recorria à ele o tempo todo. Quem me conhece sabe que eu adoro conversar e jamais perderia aquela chance única de bater um papo com alguém de uma cultura diferente da minha. Dei corda e ela se soltou. O que eram para ser alguns minutos de relaxamento antes de eu passar para a sessão de massagem virou uma meia hora, durante a qual nós duas conversamos de tudo um pouco. Ela me contou que era da Armênia, me disse a sua idade, quantos filhos tinha, quantos vezes já tinha sido casada, fez comparações entre os homens armenos e turcos, perguntou sobre os homens brasileiros, falou dos lugares por onde já tinha viajado e muito mais.

Passamos para a sessão de massagem (agora em silêncio para promover o relaxamento) e finalmente o tão esperado grand finale: o banho.

Entramos numa sala redonda, totalmente recoberta de mármore branco, piso, paredes, teto, tudo. No meio da sala havia uma espécie de bancada redonda também de mármore branco onde ela me mandou deitar. Ali caberiam tranquilamente umas 8 pessoas deitadas, mas eu estava contente por ter a bancada toda só para mim. Ela encheu um grande jarro com água quente de uma das 6 pias (de mármore branco, claro) instaladas ao longo da parede e despejou em cima de mim. A partir dai começou uma esfoliação com uma bucha vegetal áspera alternada com enxágues de água quente e fria. Entenderam agora porque eu não queria um banho coletivo? Não tem como evitar de entrar em contato com a água do banho dos outros estando todos deitados sobre a mesma bancada. Ai que nojinho...
Depois de uns bons 15 minutos de esfoliação fantástica, para finalizar ela lavou os meus cabelos. Acabou? Já acabou?

Quando sai do spa a minha pele estava macia como a de um bebê e todo e qualquer vestígio de cansaço tinha sido apagado do meu corpo.  

A moça se despediu de mim como se fossemos amigas de infância, segurou as minhas mãos e me falou um monte de coisas (acho que em armênio) que eu não entendi, mas deixei rolar e sorri em retribuição. Acho que fiz uma amiga na Turquia e nem sequer sei o nome dela...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Polícia para quem precisa de polícia

Ontem à noite em torno das 7:40 PM alguém tocou a campainha na minha casa. Fiquei um pouco receosa porque eu estava sozinha, não é nada usual no bairro onde eu moro alguém simplesmente bater na sua porta àquela hora da noite, e os meus amigos não tem o costume de aparecer sem telefonar antes.

Eu vi pela janela que era uma rapaz jovem, vestindo o uniforme de uma empresa de telefone e TV a cabo (não a que eu uso) e achei melhor atendê-lo ao invés de fingir que não tinha ninguém em casa. Por via das dúvidas não abri a porta; ao invés, decidi falar com ele por uma fresta da janela. Ele se dirijiu a mim educadamente e queria falar sobre o serviço que a empresa dele oferece. Eu dei um jeito de despachá-lo rapidamente pois achei aquela história muito suspeita...

Imediatamente peguei o telefone e liguei para o 911 (polícia). Expliquei para a atendente que não era uma emergência (pelo menos não ainda) mas que havia uma rapaz suspeito andando pelo bairro, batendo de porta em porta àquela hora da noite e que eu achei que poderia ser um ladrão ou alguém mal intencionado. Passei a descrição dele e ela me disse que mandaria uma viatura para verificar a situação.

Passaram-se 5 minutos (sim, eu fiquei espiando pela janela) e uma viatura da polícia com os faróis e todas as luzes desligadas passou em frente a minha casa.

Mais tarde troquei e-mails com alguns vizinhos e fiquei aliviada ao descobrir que o tal rapaz era mesmo da empresa de telefone e TV a cabo e que dois vizinhos até compraram o serviço que ele estava vendendo.

Eu sei que talvez vocês estivessem esperando um final mais emocionante, tipo o rapaz era mesmo um marginal e foi pego pela polícia tentando entrar na casa de alguém à força. Felizmente não era o caso, mas depois desse episódio eu cheguei à duas conclusões:

1) É ótimo pode confiar na polícia e saber que é só chamar que eles aparecem rapidinho para me proteger

2) Eu vivi a maior parte da minha vida no Brasil, onde a violência me deixava à beira da paranóia. Descobri que mesmo longe é quase impossível me livrar do medo que eu tenho da violência. Mesmo vivendo num lugar onde o  medo não tem razão para se fazer presente acho que vou carregar essa paranóia comigo para sempre, como se fosse uma tatuagem na alma.

Entressafra de bons livros


Depois de visitar a França eu quis aprender um pouquinho mais sobre o comportamento e a cultura Francesa e acabei lendo o livro “Cultural Misunderstandings, The French-American Experience (acho que a tradução seria “Mal-Entendidos Culturais, A Experiência Franco-Americana) de Raymonde Carroll. A autora compara como Franceses e Americanos se comportam/reagem em situacões corriqueiras do cotidiano, como por exemplo receber uma visita em casa, uma conversa com pessoas estranhas ou conhecidas, a forma de educar os filhos e de se relacionar com eles, o relacionamento com os amigos e até a forma de falar ao telephone. Impressionante como pequenas diferenças culturais podem facilmente gerar grandes mal-entendidos…Uma leitura bem interessante.

Mas ando meio indócil ultimamente porque a minha pilha de livros esperando para serem lidos anda meio baixa. Vasculho páginas e páginas no Amazon.com e saio com o meu carrinho de compras vazio. De tempos em tempos passo por uma fase assim…uma espécie de “entressafra de bons livros”.

Finalmente nessa semana as coisas começaram a mudar e acho que a “entressafra” está próxima do fim, pois consegui comprar dois livros de uma vez: Agent Garbo: The Brilliant, Eccentric Secret Agent Who Tricked Hitler and Saved D-Day (Agente Garbo: O Brilhante, Excêntrico Agente Secreto que Enganou Hitler e Salvou o Dia “D”)” de Stephan Talty, e “Neither Black Nor White: Slavery and Race Relations in Brazil and the United States (Nem Preto nem Branco: Escravidão e Relacionamento entre as Raças no Brasil e nos Estados Unidos)” de Carl Degler.  Quando acabar de ler eu divido as minhas impressões com vocês.

Se vocês quiserem me recomendar alguns livros por favor sintam-se à vontade para fazê-lo na seção de comentários aqui do blog ou via email. Eu vou adorar!


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Que saudade da Feira do Livro de Porto Alegre…


No final de semana passado terminou a 58. edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Que saudade de passear pela Praça da Alfândega numa tarde abafada de Novembro olhando as novidades, tentando escolher apenas um número razoável de livros para levar para casa e torcendo para não chover (sempre chove durante a Feira do Livro de Porto Alegre).

Lastimei ainda mais não estar lá no Sábado à tarde para ir à seção de autógrafos do último livro da Martha Medeiros entitulado “Um Lugar na Janela: Relatos de Viagem”. 
Mas já fiquei sabendo que a minha querida irmã Sabrina está me mandando um exemplar do livro, pelo qual eu vou esperar anciosamente…Oba! Oba! Oba!

Istambul - Passeio de barco no Estreito de Bósforo


O Estreito de Bósforo, além de separar o Mar de Mármara do Mar Negro, também separa a Europa da Ásia. Há várias opões de passeios de barco saindo da Ponte Gálata com duração e roteiros variados. Optamos por um passeio de duas horas sem paradas e compramos os bilhetes em torno de meia hora antes da partida.

Os passeios de barco saem da Ponte Gálata

O passeio teve início com o barco seguindo próximo à margem Européia do Estreito.

Os sultões turcos construíram diversos palácios às margens do Estreito de Bósforo, sendo o Palácio Dolmabahçe um dos mais famosos. Construído na margem Européia, ele foi centro administrativo do império Otomano de 1856 à 1922.



Palácio Dolmabahçe

Mesquita de Ortakoy e ao fundo a primeira das duas pontes que unem o lado Europeu e o lado Asiático de Istambul. 



Em ambas as margens do Estreito há belíssimas mansões muito bem conservadas que devem valer verdadeiras fortunas.  






O Castelo Rumelian foi construído pelo sultão Mehmed II entre 1451 e 1452, na parte mais estreita do Estreito de Bósforo. O objetivo era bloquear o acesso de navios vindo do Mar Negro durante o ataque dos turcos otomanos à Constantinopla em 1453 que resultou na queda do Império Romano.



Quando chegamos à segunda ponte iniciou-se o caminho de volta, dessa vez com o barco próximo à margem Asiática do Estreito.





Retornando do passeio encontramos esse barco-lanchonete onde eles fazem um sanduíche de peixe cozido na chapa. Se julgarmos pelas filas de clientes esperando é um fast-food muito popular, mas esse nós não experimentamos…

















Istambul é uma cidade fascinante e a Turquia deixou um gostinho de “quero mais”. Um dia eu volto àquele país lindo para conhecer a Capadócia, Efesus, Tróia e onde mais meu coração me levar…


domingo, 4 de novembro de 2012

Aposentadoria sem amarras

Recentemente uma amiga postou no Facebook um link para um artigo publicado pelo “The Wall Street Journal” que imediatamente chamou minha atenção. Era sobre um casal de americanos aposentados que descrevia como venderam tudo o que tinham (casa, móveis, carro, tudo) e começaram a morar em casas e apartamentos alugados por períodos relativamente curtos em diversas cidades do mundo.

Ainda falta um bom tempo para eu me aposentar, mas quando chegar a hora, é exatamente assim que eu gostaria de viver a minha vida, morando um pouco em cada lugar, conhecendo melhor a cultura, os hábitos e as pessoas.

Ai vai o link para o blog e a website que eles criaram para contar por onde andam e o que andam fazendo.  Eu virei seguidora dos dois.

Home Free Blog (English)

Home Free Retirement Website (English)

sábado, 3 de novembro de 2012

Love, Life and Elephants

Para quem como eu ama os animais, recomendo o livro “Love, Life and Elephants” da escritora Daphne Sheldrick (infelizmente acho que ainda não foi traduzido para o Português). Ele conta a história de um trabalho belíssimo de proteção aos elefantes e rinocerontes no Kenya, iniciado há muitos anos por Daphne e o marido David Sheldrick (já falecido).

Além do tema principal de preservação dos animais no seu habitat natural, o livro traz como pano de fundo o amor que uniu os dois por décadas. Lindo!


A website “The David Sheldrick Wildlife Trust” traz os últimos updates sobre o que acontece na fundação e fotos dos órfãos que eles resgatam.



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aniversário de 1 mês do blog!

Há exatamente um mês eu tomei coragem e publiquei o primeiro post do blog. Confesso que fiquei super insegura, morrendo de medo do sentimento de rejeição que provavelmente tomaria conta de mim se ninguém se interessasse em acessar e ler o que escrevo.

Afinal, quem é essa mulher que ninguém conhece e que de uma hora para outra resolve começar a contar das suas viagens e das coisas mundanas que lhe interessam? Ah, no mínimo é uma metida querendo se exibir porque se acha "a última bolachinha do pacote" (eu adoro essa expressão! Não perco uma chance de usá-la desde que ouvi pela primeira vez da minha querida irmã Sabrina).

Pois para minha surpresa, o blog é um sucesso internacional! Quando decidi escrever em Português estava consciente de que limitaria a minha audiência, mas eu tinha que escrever no idioma que é mais próximo do meu coração...Mas  além do Brasil e dos Estados Unidos tem gente acessando na França, Alemanha, Rússia e até na Turquia!!! E não estou falando de um ou dois acessos não: são centenas! Como é que eu não vou me achar "a última bolachinha do pacote"???

Brincadeiras à parte, eu gostaria de agradecer do fundo do coração a todos que dedicam alguns minutos do seu precioso tempo para ler as minhas histórias. Alguns são amigos queridos que vieram me dizer que acessaram e gostaram, mas a grande maioria é uma audiência anônima (as regras de privacidade do Google só me permitem saber de que países o blog foi acessado) e talvez eu nunca tenha o prazer de conhecê-los. Mas eu tenho uma certeza: estamos conectados pela vontade de aprender mais e mais sobre esse mundo em que vivemos, que pode ser fascinante, desde que tenhamos a humildade de olhar para tudo e para todos com os olhos curiosos das crianças que um dia fomos.

Muito obrigada!!!!! Abraços calorosos para todos vocês!!!!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Istambul - Grand Bazaar e Mercado de Especiarias

Eu não faço compras durante as minhas viagens. Esteja onde estiver o meu tempo é precioso demais para ser desperdiçado dentro de um shopping ou pulando de loja em loja.

Mas em Istambul foi diferente…Como é que eu poderia resistir ao Grand Bazaar? São 5.000 lojas distribuidas em 60 “ruas” onde são vendidas jóias, cerâmicas, tecidos, especiarias, antiguidades, e MUITOS tapetes. Além disso há vários restaurantes e cafés, onde vale a pena fazer uma pausa para o tradicional chá de maçã quentinho com o melhor baklava que eu já comi na vida... e para o meu passatempo favorito: observar as pessoas ao meu redor. Adoro!

O Grand Bazaar é como um grande labirinto onde a gente pode se perder à vontade; o segredo é lembrar o número do portão por onde se entrou (há quatro portões maiores localizados nas extremidades das duas “ruas” principais, e vários portões secundários).

Desafio mesmo é conseguir dar dois passos sem ser abordado por um vendedor querendo lhe arrastar para dentro da loja. Se você parar para dar uma olhadinha em alguma coisa ou demonstrar o mínimo interesse por qualquer produto…está perdido. Eles são danados e perguntam qual é o pais de origem dos passantes para puxar assunto. Muitos nem perguntam: se ouvem a gente falando Português já reconhecem, comecam a gritar “Brasil!” e vão tentando arrastar para dentro da loja. Essa parte é chata, chega até a ser inconveniente mesmo, mas a solução é sorrir, finjir que não está entendendo o que eles estão tentando fazer e seguir em frente (à menos que você seja daqueles que adora ficar pechinchando para comprar alguma coisa; nesse caso você provavelmente vai se diverter muito).

Mas a beleza da arquitetura do prédio tão antigo (a primeira parte do Grand Bazaar terminou de ser construída em 1461), o colorido das lojas, a variedade de produtos encanta e a gente esquece dos vendedores chatos.

                                        Loja de luminárias

                   A bandeira turca é exibida com orgulho

                      Imagina o peso desse colar de diamantes...

             Eu nunca tinha visto tanto ouro numa única vitrine

O Mercado de Especiarias é bem menor do que o Grand Bazaar, mas nem por isso menos interessante. Muito pelo contrário: ele encanta pela simplicidade e pela variedade de temperos, ervas, chás, óleos perfumados, frutas secas e muito mais. O colorido dos produtos e os diferentes aromas aguçam os sentidos. 
O mercado é muito frequentado pelos moradores locais, que circulam tanto pelas lojas quanto pelas bancas de peixes, carnes e vegetais instaladas do lado de fora do prédio. 




Eu nem sabia que existiam tantas variedades de caviar

Nos arredores do Mercado de Especiarias eu descobri uma Istambul quase sem turistas. Uma infinidade de pequenas lojas espalhadas por várias ruelas vendendo de tudo um pouco: café moído na hora, frutas secas, utensílios de cozinha, tecidos, artigos de decoração para festas. O que me atraiu mesmo não foram os produtos, mas sim a chance de observar os moradores dessa cidade fascinante em ação, entrando e saindo rapidamente de cada loja com sacolas de ingredientes que provavelmente seriam usados para preparar o jantar daquela noite.  





Nessa loja os gatinhos testam a qualidade dos tapetes e almofadas




De um lado a Europa, do outro a Ásia. Nos encontramos no próximo post para um passeio de barco pelo Estreito de Bósforo. Até logo!


domingo, 28 de outubro de 2012

Istambul - Parte II

Há pouco mais de 100 metros da Basílica de Santa Sofia fica a Cisterna da Basílica. A maior entre as centenas de cisternas localizadas no subterrâneo de Istambul foi construída no século VI e era usada como um dos reservatórios de água da cidade. 
A gente desce por uma escadinha e de repente está embaixo da terra, num lugar escuro onde a fraca iluminação é posicionada estrategicamente para destacar as 336 altíssimas colunas de mármore que sustentam o teto. Passarelas molhadas nos levam para um passeio entre as colunas. Esse lugar é mágico, surreal! Eu me senti como se estivesse num filme; mais um dos muitos mistérios de Istambul…







Uma boa parte dos jardins do Palácio Topkaki que foi residência oficial dos sultões otomanos por aproximadamente 400 anos é hoje um parque público. Mas para visitar os diversos pavilhões e pátios internos é necessário pagar ingresso. 

Entrada do Palácio Topkaki

A riqueza dos sultões se faz evidente na arquitetura rebuscada e nas salas do tesouro, onde estão expostos jarros e copos de ouro incrustados com pedras preciosas,  além de muitas jóias.
É interessante visitar o harém, onde moravam a mãe do sultão, as suas esposas, as concubinas, além dos filhos e dos empregados. Para colocar um pouco de ordem nessa bagunça cada um desses grupos vivia numa área separada do harém, mas todas as áreas eram conectadas para que o sultão pudesse circular por todas elas. No total há mais de 100 apartamentos, mas somente alguns estão abertos à visitação pública. 

Uma das salas do harém


Entre um passeio e outro uma passadinha num café para se aquecer com um chá de maçã bem quentinho e experimentar os deliciosos doces turcos.






As mesquitas estão por todos os lados e fica praticamente impossível visitar todas. Escolhi algumas fotos das minhas favoritas para mostrar para vocês. 

Mesquita de Beyazit

                         Mesquita de Suleyman, o Magnífico

Detalhe do teto da Mesquita de Suleyman, o Magnífico
Mesquita Nova


No próximo post: se você acha que shopping center é uma coisa dos tempos modernos, espere até conhecer o Grand Bazaar…Não perca!

sábado, 27 de outubro de 2012

Istambul - Parte I

O meu fascínio por Istambul vem desde os tempos de escola, quando os livros se referiam à ela como Constantinopla.

Difícil não ficar intrigada com uma cidade que se divide entre dois continentes (Europa e Ásia), onde mulheres de mini-saia e roupas decotadas dividem as ruas com mulheres cobertas da cabeça aos pés por burcas, e onde a religião muçulmana exerce um papel importante no dia-a-dia dos cidadãos que se dirijem às inúmeras mesquitas várias vezes por dia em horários pré-estabelecidos para rezar.

Istambul é antiga e moderna, uma mistura de sabores e cheiros, tudo envolto em tecidos coloridos e muitos, muitos tapetes.

Dizem que o verão é muito quente e úmido e que às vezes neva no inverno, mas quando estivemos lá em Dezembro, entre o Natal e o Ano Novo os dias se alternavam entre cinza com uma chuvinha fina e outros ensolarados e friozinho (até me lembrou o inverno de Porto Alegre).

A arquitetura das mesquitas, basílicas e palácios relembra o tempo em que a cidade era a mais rica do mundo cristão. Mas essa riqueza ficou no passado e o que se vê pelas ruas é um povo simples e muito simpático, que ao mesmo tempo que parece querer fazer parte do mundo moderno, ainda está profundamente ligado aos costumes e tradições.




A Mesquita Azul e a Basílica de Santa Sofia ficam de frente uma para a outra, separadas pela praça Sultanahmet.


Antes de visitar a Mesquita Azul é recomendável se informar sobre os horários de oração, que duram uma hora cada, pois nesses períodos somente os muçulmanos podem permanecer na mesquita. Os sapatos tem que ser tirados na entrada e podem ser deixados em prateleiras ao lado da porta ou carregados em sacolas de plástico distribuídas gratuitamente. As mulheres tem que cobrir a cabeça, portanto se não quiser usar uma espécie de lenço de tecido de algodão azul que já passou por várias outras cabeças sem ser lavado é bom carregar o seu próprio lenço ou echarpe na bolsa. Essa amiga que vos escreve teve que usar o referido lenço azul amarrado na cintura para parecer uma saia, pois mulher de calça comprida não entra. 

Mesquita Azul
No interior da mesquita todo o piso é coberto por um macio carpete vermelho estampado. Em horários de menos movimento é possível sentar no tapete para ficar observando com calma os vitrais e as pinturas no teto, onde a cor azul predomina. Mas se você optou por carregar seus sapatos na sacola de plástico não esqueça que não pode largá-la no tapete enquanto se delicia com a beleza do lugar (os funcionários da mesquita estão sempre de olho para alertar os desavisados).




Do outro lado da praça, a Basílica de Santa Sofia com seus belíssimos tons de terracota e laranja é um museu com entrada paga. Encanta quando vista pelo lado de fora, mas mais ainda por dentro. As enormes colunas ricamente trabalhadas, os balcões, as pinturas e mosaicos nas paredes, os imensos lustres que quando vistos do andar superior parecem flores luminosas, os medalhões com inscrições...tudo e tão grande e majestoso que faz a gente se sentir minúsculo.

Basílica de Santa Sofia 





Continuaremos passeando por Istambul no próximo post…