quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sorrento, nossa primeira parada na Costa Amalfitana

No final de uma tarde excepcionalmente quente do mês de Setembro chegamos de carro à Sorrento, a nossa primeira parada na Costa Amalfitana. Havíamos saido de Nápoles de manhã cedinho, passado por Pompéia e pelo vulcão Vesúvio.
Da estradinha estreita que vai descendo até Sorrento já se tem uma ótima visão da linda cidade construída em cima de um penhasco.
 
Depois de rodar um pouco até achar o nosso hotel que ficava escondidinho numa ruela que acabava numa prainha de pescadores, devolvemos o carro na locadora pois não precisaríamos dele nos próximos dias.
 
Jantamos no centrinho da cidade e passeamos pelas ruas limpíssimas e cheias de sorveterias, lojinhas, mercadinhos com frutas e verduras na calçada.
Sorrento tem uma sofisticação descontraída; é chique sem ser esnobe.
 
A Costa Amalfitana é famosa pela produção de limões e de uma bebida chamada "limoncello", que é um licor de limão delicioso para ser tomado depois da sobremesa. Algumas das fábricas que produzem a bebida artesanalmente podem ser visitadas pelo público, mas como o nosso tempo na cidade era relativamente limitado decidimos continuar bebendo o limoncello sem conhecer o processo de fabricação.
 
No dia seguinte fomos conhecer as praias, que são poucas e certamente um arranjo bem criativo, especialmente para nós brasileiros acostumados com quilômetros de areia branquinha e acesso gratuito. Bom, primeiro é necessario descer por caminhos sinuosos ou longas escadarias junto aos penhascos (uma das praias tem até elevador!). Os espaços com areia (bem escura e grossa) são bem pequenos, então os banhistas se espalham por piers e plataformas de concreto erguidos sobre a água. O acesso é pago (10 Euros por pessoa, com direito a cadeira e guarda-sol) pois as praias são gerenciadas por empresas privadas. Mas o sol estava brilhando e nós curtimos um dia de "dolce far niente" à beira mar...
 
No dia seguinte acordamos cedinho e rumamos para o porto, onde pegamos o ferry que cruza a baía rumo ao nosso próximo destino: a Ilha de Capri.
Vem um post sobre ela por aí...não perca!
 
 

Sorrento vista da estrada

Penhasco com uma vista de tirar o folego





                            Centro histórico


Me encantei com essa rua


Mercadinho no centro da cidade


A vida segue, alheia aos turistas


Praia vista de cima do penhasco; é preciso uma boa dose de disposição para chegar até lá embaixo…
 



                                O espaço com areia é limitado...

...mas quem tem criatividade tem tudo


                Cadeiras nos piers e plataformas são disputadíssimas


Costa Amalfitana, a Itália debruçada sobre o mar



Imagine dirijir numa estradinha de mão dupla construída à beira de um penhasco, com curvas fechadas  que exigem que o motorista seja muito habilidoso, e tão estreita que em alguns trechos só passa um carro por vez. Agora imagine também que a encosta desse penhasco é coberta de vegetação, casinhas coloridas, igrejas e jardins floridos, tudo isso com vista para um mar tão azul que mais parece uma pintura. Conseguiu vizualizar? Pois é esse cenário que você vai encontrar quando visitar a Costa Amalfitana, que começa em Sorrento, há mais ou menos 50 Km ao Sul de Nápoles, e se estende até Salerno.

Eu e meu marido voamos para Roma e passamos alguns dias naquela cidade maravilhosa antes de alugar um carro e começar a viagem em direção ao Sul, passando por Nápoles e Pompéia. A minha ansiedade só crescia pois apesar de ter visto muitas fotos daquela região em revistas e na internet eu não acreditava que um lugar pudesse ser TÃO bonito. Pois todas as minhas expectativas foram superadas: a Costa Amalfitana é deslumbrante!

Nos próximos posts dividirei com vocês um pouco do que eu vi e experimentei naquele lugar mágico. Prepare o seu coração…

 
amalfi coast map





terça-feira, 7 de maio de 2013

Aprendendo a andar de bicicleta


A gente acha que todo mundo sabe andar de bicicleta, né? Afinal, é uma coisa que uma vez que aprende a gente nunca mais esquece, mesmo que fique muitos anos sem andar. Bem, ao que parece não é bem assim...

Hoje pela manhã eu estava dirijindo para o trabalho ouvindo a NPR (National Public Radio), que é uma estação de rádio ótima que transmite notícias nacionais e internacionais, além de matérias sobre os mais variados temas conduzidas por jornalistas inteligentes, sem as bobagens habituais dos chamados "talk shows". Dai eles começaram a falar sobre um curso para ensinar adultos a andar de bicicleta. Isso mesmo! Pensei logo "o que esse povo não inventa...". Mas assim que comecei a ouvir a reportagem me dei conta de que é uma proposta interessante.

O curso é ministrado na capital dos Estados Unidos, Washington, D.C. e direcionado para adultos. A reportagem acompanhou um grupo de 20 alunos, com idades variando entre os vinte e poucos aos cinquenta e muitos. Por razões variadas eles nunca tinham aprendido a andar de bicicleta quando eram crianças, e depois com a vida adulta acabaram deixando o assunto de lado. Alguns nunca tinham se interessado, outros sempre tiveram medo de cair, outros haviam caído e se machucado e ficaram traumatizados, e por aí vai.

Para esse grupo de 20 pessoas haviam 6 instrutores, que movidos de muita paciência iam ajudando cada aluno a vencer os seus medos e se equilibrar nas bikes. Muito interessante ouvir as risadas, os gritinhos de satisfação quando finalmente conseguiam sair pedalando.

A reportagem acabou e eu fiquei imaginando aquelas pessoas pedalando pelas ruas de Washington, recuperando o tempo perdido...

Que pessoas criativas continuem “inventando moda” para ajudar outras pessoas a encontrarem satisfação em prazeres simples como andar de bicicleta.



Férias em Porto Alegre

Voltei! Depois do último post eu dei uma pausa no blog para organizar a minha viagem ao Brasil para visitar minha família e amigos. Por conta dos compromissos de trabalho fiquei por lá apenas 10 dias, mas foram muito bem aproveitados.

Já que a viagem seria curta, eu e meu marido decidimos ficar exclusivamente em Porto Alegre e arredores, dedicando todo o nosso tempo às pessoas queridas das quais sentimos tanta falta. Obviamente não conseguimos encontrar todos que gostaríamos, pois para atingir esse objetivo nossos dias teriam que ter muito mais do que 24 horas...

Eu nunca tinha viajado para Porto Alegre em Abril e tive uma grata surpresa pois consegui adquirir uma passagem aérea Detroit/São Paulo/Porto Alegre com um preço bem em conta e outra usando milhas acumuladas (vou escrever um post com dicas sobre como acumular milhas com companhias aéreas e a melhor forma de usá-las).

Eu estava anciosa para curtir um calorzinho por lá, afinal, o calendário insistia em dizer que a primavera já havia chegado aqui em Toledo, mas as temperaturas ainda estavam mais para inverno do que qualquer outra coisa. No entanto, fiquei aliviada com as temperaturas amenas com que fomos presenteados durante a nossa estada na cidade, que no verão é conhecida como "Forno Alegre".

Haviam MUITAS atividades, visitas, passeios e comilanças para serem encaixados num espaço de poucos dias. Não foi fácil, mas aí vai uma lista de algumas coisas que eu não poderia ter deixado de fazer:

1) Passar uma noite em Canela, tomar aquele super café da manhã de hotel da serra gaúcha, passear pelas ruas cada vez mais lindas, limpas e bem cuidadas de Gramado e Canela, comer sequência de fondue (queijo, carne e chocolate), comer rodízio de galeto com massas (eu avisei sobre as comilancas...), caminhar mais um pouco para gastar uma fração das calorias ingeridas.

2) Caminhar pelo Brique da Redenção numa ensolarada manhã de domingo.

3) Comer "Xis", que na minha opinião e mais uma idéia que os brasileiros importaram e aperfeiçoaram (assim como a pizza). Não existe hambúrguer que consiga competir com um "Xis" feito com capricho.

4) Comer pastéis, que se juntam ao "Xis" na lista de comidas que eu amo e sinto falta.

5) Visitar a "Feira da Loucura por Sapatos" no parque de exposições da FENAC em Novo Hamburgo. Só quem AMA sapatos entende porque eu não poderia perder um evento desses. Eu tive o privilégio de visitar numa terça-feira pela manhã, quando pouquíssimas pessoas caminhavam pelos estandes e pude experimentar todos os sapatos que gostei sem ter que disputá-los no tapa com um bando de mulheres enlouquecidas. Mas que fique registrado que me contive e só comprei dois pares!


6) Visitar alguns amigos queridos e me sentir culpada por não ter conseguido visitar outros tantos de quem sinto saudades.


7) Ir ao supermercado para comprar uma longa lista de items que depois tiveram que ser cuidadosamente espremidos dentro das malas na volta para casa. A lista inclui (mas não se limita a) biscoito recheado Bono sabor chocolate, farofa pronta, mistura para pão de queijo, doce de leite, goiabada, bombom Sonho de Valsa, Bis, cachaça, erva de chimarrão, suco de maracujá, café, chá mate Leão...e por aí vai. Depois é só ficar torcendo para o fiscal da imigração americana não implicar e resolver jogar alguma dessas preciosidades no lixo. Sacrilégio!
Não conheço nenhum brasileiro expatriado que volte para casa sem uma mala abarrotada de comidas das quais sente falta.

Faltou assistir um show ou peça no Teatro São Pedro, ver o pôr-do-sol no Guaíba, caminhar no Parcão, visitar a Arena do Grêmio, ver um filme brasileiro no cinema, ir à uma noite de autógrafos da Martha Medeiros...e a lista segue longa.

Mas a vida de expatriada é assim mesmo…A cada viagem ao Brasil tento me desdobrar em várias para ver, fazer, abraçar, comer, visitar, revisitar, resgatar, relembrar, agradar...tudo ao mesmo tempo.
Volto para casa drenada e refeita, cansada mas satisfeita, já pensando na próxima visita.