quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O pato Aflac

Eu sou apaixonada por animais. Confesso que tenho uma predileção por gatos, inclusive há 13 anos eu pertenço à uma felina chamada Scarlet que adotei com apenas um mês de idade (humanos não são donos de gatos, os gatos são nossos donos). A escolha do nome foi pura casualidade, mas a personalidade da criatura peluda é muito semelhante à da personagem que me serviu de inspiração, Scarlett O' Hara de "...e o Vento Levou". Teimosa, birrenta...uma figura.

Mas o meu amor se extende à maioria dos animais, exceto répteis e anfíbios dos quais eu tenho MUITO medo e prefiro manter uma boa distância. Os patos Canadenses que moram no lago nos fundos da minha casa tem um lugar especial no meu coração. Ao contrário da maioria dos patos dessa espécie que no outono começam a migrar para o Sul dos Estados Unidos em busca de temperaturas mais amenas, esse grupo que mora no nosso lago passa o inverno todo aqui. Eles parecem não ligar para o fato de que a superfície do lago congela, deixando apenas algumas buracos aqui e ali onde a água se mantém em estado líquido e eles se banham como se estivesssem numa piscina de água quente. É muito interessante ficar assistindo à caminhada deles por cima do gelo, escorregando, tentando se equilibrar, como se fosse um balé.

Num dia do verão de 2011 um pato branco simplesmente apareceu misturado aos Canadenses. Não sei de onde ele veio e nem como chegou ao nosso lago, já que ele não voa. Só sei que ele foi aceito pelos outros patos e passou a fazer parte do grupo, apesar da aparência tão diferente. Me apaixonei por ele à primeira vista e resolvi passar a chamá-lo de Aflac, o nome de uma empresa seguradora que tem um pato branco como seu garoto-propaganda.

Observar o Aflac tornou-se um hábito para mim. Todos os dias eu olho para o lago à procura dele e não é difícil avistá-lo de longe por conta da sua cor. Fico com pena quando os outros resolvem sair para passear e simplesmente levantavam vôo deixando ele para trás (como eu já disse, ele não voa). 

Com a chegada do primeiro inverno eu fiquei extremamente preocupada com ele. Afinal, se o lago congelasse totalmente os outros patos poderiam voar à procura de água mas ele não. Eu já estava pensando até em alguma forma de capturar o pato e mantê-lo na nossa garage até que as temperaturas aumentassem um pouco e o gelo do lago derretesse. Meu marido tentava me convencer de que a natureza é sábia e de que o instinto de sobrevivência dele certamente o ajudaria a passar pelo inverno mesmo sem o calorzinho da nossa garage. E foi exatamente o que aconteceu. Ele resistiu!

Bem, aqui estamos nós em pleno Janeiro e apesar de não ter nevado quase nada nesse inverno as temperaturas estao baixíssimas; ontem durante o dia a mínima chegou a -16 graus, com sensação térmica de -23 graus. E o meu Aflac continua lá no lago, nadando e tomando banho num pequeno buraco que se abriu no gelo, aguentando firme. Assim como eu ele deve estar esperando anciosamente pela chegada da primavera, que ainda vai demorar um pouquinho.

Na primavera nascem os filhotinhos dos patos Canadenses e eu acompanho o crescimento deles e o trabalho que as mães passam para controlar os patinhos cobertos de uma penugem amarelinha, tão fofos e tao anciosos para descobrir o mundo à volta deles. Mas elas podem contar com uma ajuda muito especial: sim, o Aflac nada junto com as patas e as suas ninhadas, como se fosse uma babá dedicada tomando conta dos filhotes das amigas.

A natureza é mesmo fascinante...

Scarlet, mau humorada como sempre


Pato Canadense


Aflac e um pato Canadense


Com exceção de duas ou três pequenas áreas a superfície do lago está toda congelada 



Eles estão lá aguentando firme. A foto não capta mas eles brincam na água apesar do frio

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